A Evolução do Mercado Imobiliário em Aracaju: De Expansão Urbana a Mercado Estratégico.

1. Marco histórico e expansão urbana

Desde os anos 1960, Aracaju tem experimentado transformações significativas. A migração intensa, impulsionada pela industrialização e políticas habitacionais como o BNH e a COHAB, deu origem a conjuntos residenciais que se espalharam pelo território urbano, integrando áreas periféricas à malha principal da cidade.

Entre as mudanças estruturais marcantes estão a construção da Rodovia Presidente José Sarney, que facilitou o desenvolvimento de bairros como Aruana, Robalo e Mosqueiro; a criação do Campus Universitário de São Cristóvão; a chegada dos shoppings Riomar (1989) e Jardins (1997); além da consolidação da orla de Atalaia como epicentro de turismo urbano.

A verticalização ganhou força também no bairro Jabotiana, com programas como PAR e Minha Casa Minha Vida impulsionando a urbanização e gerando uma curva crescente de residências populares acompanhada por investimentos em condomínios horizontais e verticais.

2. Valorização recente e competitividade regional

Aracaju consolidou-se como destaque nacional no mercado imobiliário. Em 2024, registrou uma valorização de 13,79% nos preços dos imóveis, posicionando-se como a 4ª capital mais valorizada do país — à frente de capitais como Belo Horizonte e Fortaleza.

O fenômeno foi impulsionado pelo fortalecimento da renda per capita, maior estabilidade no emprego e aumento da demanda local, além de custos de construção mais competitivos — em 2024, o valor médio por m² em Sergipe foi de R$ 1.594,97, abaixo da média nacional de R$ 1.790,66. Dados da ADEMI-SE revelam ainda que entre 2023 e 2024 ocorreu um incremento de 119,1% nos lançamentos em Sergipe, sendo Aracaju a capital com maior aumento dentro da região Nordeste — 106,9%. Além disso, um estudo da ABRAINC mostrou que Aracaju liderou em lançamentos imobiliários no primeiro semestre de 2024, com variação de 112% (superada apenas pelo Rio de Janeiro, com 115%).

3. Tendências atuais: tecnologia, habitação popular e sustentabilidade

Além da valorização, o mercado residente em crescimento sustentável. Em 2024, imóveis em Aracaju valorizaram, em média, 7,7%, acima da inflação de 4,64%, O programa Minha Casa Minha Vida foi protagonista: a comercialização de unidades cresceu 33,8%, revelando a centralidade da habitação popular no desenvolvimento regional. Paralelamente, o setor começa a incorporar tecnologias como inteligência artificial, realidade aumentada e métodos construtivos sustentáveis, com foco em eficiência energética e redução de custos operacionais.

4. Custo promissor por metro quadrado

Em junho de 2025, o preço médio do metro quadrado para venda em Aracaju era de R$ 5.168, representando uma valorização anual de 10,78%. Isso reforça que, apesar do movimento de alta nos valores, a capital segue com custos atraentes para compra quando comparada a outros mercados.

5. Mercado em expansão: um ambiente promissor para o futuro

Aracaju segue mostrando resiliência mesmo diante de instabilidades econômicas. Sua atratividade — localizada estrategicamente, com crescimento urbano planejado e demanda por imóveis com qualidade — a coloca como uma das capitais mais seguras e atrativas seja para morar ou investir.

A trajetória do mercado imobiliário aracajuano reflete uma reta de evolução plena: do crescimento urbano planejado e acesso à moradia popular, à valorização expressiva e incorporação de tecnologia e sustentabilidade. Os fatores convergentes — valorização superior à média nacional, aumento recorde de lançamentos, custos competitivos de construção e digitalização do setor — colocam Aracaju entre os mercados mais vibrantes do Brasil. Um panorama otimista que coloca a cidade como um destino de escolha para quem busca qualidade de vida e retorno estratégico.