
Silvanira Paixão
Livro: "Tema em Desenvolvimento"
pgs.
Reinvenção e Força da Paixão
O chamado para mudança
Eu Silvanira Paixão da Silva, nasci em 30/03/1972 AS 15 horas de parto natural na residência dos meus avós materno na cidade de N sra das Dores, casa em que meus pais moravam na época, filha de Manoel Messias da Silva conhecido como Manezinho e Irailde Maria da Silva, divorciada, mãe de dois filhos abençoados: Armando de Araújo Costa Neto ( Armandinho) e Vanderly Costa Júnior ( Dudu), vó de Gustavo H da Silva Costa. Tenho seis irmãos: ANA Conceição da Silva Santana ( Aninha) Maria Armanda Manoela da Silva, Elys Regina da Silva Feitosa e Mara Rúbia da Silva Jorge, estas irmãs por parte de pai e mãe, sendo apenas por parte de pai: Tania Regina Carvalho Leite ( a primogênita do meu pai) e Manoel Armando Silva ( caçula do meu pai). Desde muito jovem aprendi o valor do trabalho, da responsabilidade e da educação, virtudes herdadas de uma família marcada pelo respeito, fé e dedicação ao próximo.
Meu pai sempre sonhou em escrever um livro sobre sua história de vida e memórias . É por ele que escrevo este livro, de alguma forma, acredito que estou realizando seu desejo por ele. Esta obra é minha, mas é também dele – uma homenagem de filha para pai.
Sou filha de Manoel Messias da Silva, o Manezinho e Irailde Maria da Silva. Meus pais enfrentaram muitos desafios logo no início do casamento, já que não tiveram aprovação dos meus avós maternos por serem jovens e meu pai não ter emprego e ser boemio. Ainda assim escolheram ficar juntos e começaram a vida com coragem e amor, morando com os pais do meu pai, meus avós paternos.
Na casa dos meus avós, tudo era partilhado: o trabalho, a comida, a esperança. Minhas tias costuravam para fora, vendendo peças de cama, mesa e banho, e minha mãe logo seguiu o mesmo caminho para ajudar no sustento da casa. Era um lar humilde, mas cheio de dignidade e movimento.
A vida porém não foi generosa no início. A minha mãe perdeu sua primeira filha com apenas seis meses de vida. Depois, sofreu um aborto espontâneo. Logo em seguida nasceu minha irmã Ana, a Aninha e pouco mais de um ano depois, nasci eu. Meus pais agora tinham duas meninas pequenas e muita responsabilidade.
Com dificuldade em Maruim, meu avô Manuca, sempre muito ligado a nós, suas netas, fez uma visita e, ao ver a situação convidou meus pais a voltarem para Dores. La ofereceu moradia e trabalho ao meu pai, que passou a dirigir para ele. Algum tempo depois, por intermédio do compadre Dr. Mário Rossi, meu pai conseguiu um emprego no estado, na SUDAP. Sempre estudioso fez o curso técnico agrícola, o que lhe garantiu promoções e estabilidade até a aposentadoria, mas isso não bastava fez o curso do magistério e anos depois entrou para faculdade realizando seu sonho e fez o curso de história. Minha mãe tentou concluir seu primeiro grau, mas não conseguiu. Porem através do meu tio Erinaldo na época prefeito da cidade de Feira Nova e amigo do governador João Alves Filho conseguiu sua segurança financeira, passaria a ser funcionária que lhe garantiu a aoposentadoria
Meu pai sempre foi sonhador. Tentou negócios, como uma funerária em Carmópolis e um comercio em Siriri, ambos sem sucesso. Mas nunca desistiu. Depois comprou o Alô Comercio em N. Sra das Dores, que funciona até hoje. Apesar das dificuldades nunca deixou de ser um homem justo, amoroso e presente. Sempre me ouviu com atenção, abraçava suas filhas ao chegar em casa, dava conselhos. Era firme quando precisava ser, mas antes de repreender, fazia questão de escutar, Isso marcou minha formação de forma profunda.
Já a minha mãe... Ela foi uma mulher forte, trabalhadora, pouco estudo, mas tentou concluir seu primeiro grau. Porem através do meu tio Erinaldo na época prefeito da cidade de Feira Nova e amigo do governador João Alves Filho conseguiu sua segurança financeira, passaria a ser funcionária que lhe garantiu a aposentadoria. Enfrentou a vida com garra. Embora não tenha distribuído seu afeto de forma igual. Eu sempre percebi que não era sua filha preferida. Isso era claro nas atitudes, nas palavras ditas e nas não ditas também. Embora tenha feito muito por mim, sempre senti que era amada com reservas. A filha preferida parecia ter mais razão, mais compreensão, mais colo. Crescer com essa diferença silenciosa me doía. E ainda dói, as vezes. Mas aprendi que a não deixar que isso me definisse.
Aprendi, sim, a crescer com força. E não posso deixar de agradecer ao meu pai que sempre foi meu porto seguro emocional e a minha irmã Ana, essa mulher que me acompanha desde que nascemos quase juntas, e que tantas vezes assumiu o papel de mãe, amiga, confidente. Com ela sempre pude contar
Meus pais foram pessoas à frente do tempo deles. Nos ensinaram que não se deve baixar a cabeça para a vida. E por tudo oque viveram, e me ensinaram, mesmo com os silêncios e feridas, sou profundamente grata. Foram as raízes da minha vida
Para compor esta autobiografia, reporto-me às minhas origens familiares. Busquei em fontes familiares e outras, dados para compor um pequeno quadro contextual e sócio-histórico. Contendo informações que julguei mais importante a respeito dos meus ascendentes.
As emoções me tomaram o peito em rever na memória, ou ao imaginar como eram os meus bisavós e avós. Assim, penso, tornarei a narrativa mais interessante e ao gosto dos leitores
Das poucas notícias que tenho referentes aos meus bisavôs e as minhas bisavós, estou ciente de que os maternos eram: Inácio José de Menezes e Francisca Feitosa de Meneses; Joaquim Belarmino Lisboa e Maria Cândida Lisboa. E meus bisavós paternos eram: João Selestino de Carvalho e Maria Rosa Selestino de Carvalho.
Eu não cheguei a conhecer meu bisavós, mas curiosamente, sinto como se eles fizessem parre da minha história de maneira muito viva. Isso porque meus avós falavam deles com tanto amor, respeito e ternura, que aquelas lembranças contadas viraram raízes dentro de mim.
Cada história que ouvia parecia um retrato pintado com palavras: os gesto simples, os ensinamentos, a maneira como tratavam os filhos e os valores que deixaram como herança. Sem perceber, aprendi a admirar profundamente pessoas que nunca vi, e mesmo sem presença física, elas se tornaram referencia silenciosa na construção de quem sou.
É assim que a memória familiar atravessa o tempo: pela força da fala, pela emoção no olhar de quem viveu e quis manter vivos aqueles que partiram
Quanto aos meus avós maternos Manoel Joaquim dos Santos ( MANUCA) e Maria Francisca dos Santos ( MARIA DE MANUCA), como eram conhecidos, o que era um costume na época deles em que uma esposa sempre ficava cognominada pelo nome dela como pertencente ao marido, MARIA DE MANUCA.
Meus Avós maternos sempre tiveram uma presença marcante em minha vida, não apenas com seu amor e sabedoria simples, mas também desde o instante que cheguei ao mundo. A escolha do meu nome foi o primeiro presente especial que recebi deles, carregado de significado e carinho
Foi meu avô quem escolheu Silvanira. Achava o nome lindo, forte e diferente, acreditava que ele combinaria com a mulher que eu me tornaria. Já o Paixão, segundo nome escolhido por minha vó em homenagem ao dia do meu nascimento: uma quinta feira da Paixão, durante a Semana Santa. Para ela, isso era um sinal divino e fez questão que esta simbologia estivesse em meu nome, como benção e proteção
Carrego comigo, até hoje, essa história como elo efetivo que me liga ao passado, às minhas raízes e à espiritualidade que sempre esteve presente em nossa família
Meu avós maternos, por sua vez, tiveram uma influência muito importante na minha vida. Por muitos anos meus pais moraram com eles, por este motivo eles tiveram participação ativa na minha educação. Considero haver herdado a força e a sabedoria da minha vó materna, MARIA DE MANUCA, dedicada a família, e muito respeitada por todos da região em que nasceu.
Eles nunca deixou faltar nada para o sustento e educação da família de pouca leitura, mas dava muito valor a educação, incentivava todos os filhos e netos a estudar e se formar, pois seu maior orgulho era saber que um filho ou neto ia bem na escoa. Recordo-me com clareza que minha vó não tinha muita leitura, mas o pouco que sabia dividia comigo, pois por varias tardes sentou comigo para me ensinar a leitura juntando letra por letra até formar e descobrir as palavras , ela gostava de fazer crochê todas as tardes, e ali pedia pra que eu trouxesse o livro e mostrasse a ela se já estava aprendendo a ler, e quando enganchava em alguma silaba ela ajudava. Assim que meus tios Edivaldo e Lucivania concluíram o primeiro grau, meus avós adquiriram uma casa na capital Aracaju para que seus filhos e netos pudessem ter uma educação de qualidade. Moravam na FAZENDA MALHADOR que fica na cidade de Feira Nova – SE há poucos quilômetros de Nossa Senhora das Dores, mas tinham sua casa em Dores na qual meus pais moraram por um tempo até construir a deles, era uma casa grande com quintal enorme cheio de fruteiras, vizinho ao campo de futebol da cidade – DORENSE. Meus tios jogavam na época e meu pai era juiz dos jogos e então eles gostavam de assistir aos jogos, assim abriram um aporta que dava acesso ao campo para que toda família pudesse assistir aos jogos juntas e fortalecer a torcida pelo Dorense que era o time que meus tios jogavam. Este era um ato de amor que pela sua simplicidade se passa desapercebido, mas hoje eu entendo perfeitamente seus gestos.
Meus avós maternos tiveram onze filhos, porém só tive o prazer de conhecer apenas oito: Manoel Francisco ( Tio Erisvaldo) in memoriam, Erinaldo Francisco – in memoriam, Eribaldo Francisco – in memoriam, Irailde ( minha mãe), Maria Do Carmo ( Tia Carminha) in memoriam, Jorge, Edivaldo ( Tio Dinho) e Lucivania ( Tia Nega). Falar dos meus tios me enche de emoção principalmente por aqueles que partiram para outro plano. De uma certa forma todos tiveram uma importância na minha vida, porém meus tios Dinho e Nega tiveram uma presença muito especial, pois morei com eles um tempo e recebi deles um carinho e afeto, meu tio Dinho mais carinhoso e solicito, já minha tia Nega era um pouco ríspida, seca, mas nunca deixou faltar nada e sempre esta pronta para ajudar no que for preciso, a eles todo meu amor!. M
Meus tios Erisvaldo e Erinaldo sempre estiveram junto com meus avós nos negócios. Erinaldo cortava estrada arriscando sua vida com destino aos estados de Minas Gerais e Goias de gado nelore para vender aos fazendeiros da região, enquanto isso o meu tio Erisvaldo e meu avô ficava a espera. Lembro com saudade as vezes que estava na fazenda e a noite ouvíamos o barulho de um carro, meus avós com sorriso cheio de emoção logo reconheciam o carro e diziam: O homem chegou, e era meu tio Erinaldo que vinha de carro pequeno e chegava primeiro que os caminhões de boiadeiro, e ai sentava a mesa da cozinha e pedia a minha vó que sempre estava preparada para receber os filhos dela com o que eles mais gostavam, aquela carne assada no fogão a lenha, este meu tio amava queijo coalho assada na hora, então ele pegava um pires com álcool tocava fogo e assava seu queijo. Passando de um a dois dias logo cedinho ouvia o barulhos do ronco dos motores dos caminhões e ai já era a mercadoria chegando – o gado nelore. Eu de prontidão já corria para subir nas tabuas do curral para ver o desembarque do gado, e meu vô com um sorriso largo nos lábios dizia, cuidado menina pra não cair daí, minha vó sempre atenta a tudo também queria ver o gado e participar da conversa e até nas negociações assim coubesse a parte dela.
Meus avós maternos não foram apenas figuras de amor e acolhimento, também foram referencias de liderança e compromisso com a comunidade. Eram muito respeitados em Feira Nova, onde exercia forte influência política. A política aliás, corria nas veias da minha família
Meu avô, homem de palavra e pulso firme, era admirado por sua postura justa e seu senso de responsabilidade com o povo. Minha vó sempre firme, atenta, acompanhava tudo de perto, com o olhar sábio de quem sabia onde estava pisando. Ela era daquelas mulheres que mesmo nos bastidores tinham uma força silenciosa que movia decisões.
A paixão pela política passou para os filho. Meu tio Erisvaldo foi vereador e mais tarde meu tio Erinaldo ocupou também a vereança e chegou à prefeitura da cidade sendo uma figura importante na história política de Feira Nova. Cresci ouvido conversas sobre campanhas, projetos, compromissos com o povo e disputas eleitorais e, mesmo criança percebi que aquilo não era apenas ambição. Era vocação.
Essa herança política não moldou apenas minha vidão do mundo, ela também me ensinou sobre liderança, coragem e responsabilidade social. Entendi desde cedo que servir a comunidade com ética e firmeza é uma forma nobre de amar. E mesmo que meus caminhos tenham sido diferentes, essa chama da liderança e do comprometimento com o outro sempre esteve presente em tudo que eu faço
Já o meus avós paternos Armando e Maria, sempre carinhosos, tratavam seus netos com amor, carinho e conversavam como se fossemos todos adultos sobre todos assuntos.
Não convivi muito com meu avô Armando, aos meus onze anos ele partiu para outro plano, porém o pouco que convivi deixou boas recordações, era brincalhão e gostava se juntar com o netos e filhos para jogar baralho, dominó, dama, virava criança entre a gente, tinha uma brincadeira de queimar sua unha na brasa do cigarro e colocar na pele de alguém só pra ver a reação, sem contar que adorava esconder os chinelos de um desatento e fazer de conta que não foi ele, isso tudo para dar risada junto com todos.
Já com minha vó Maria tiver o prazer e honrar de conviver por muitos anos, inclusive cheguei a morar com ela por um tempo curto para estudar em Aracaju cidade onde ela morava. Mas sempre muito atenciosa e preocupada com o meu bem estar. Conversávamos muito sobre os paqueras da época, incentivava nos estudos, sempre aconselhando para estudar e nunca depender de ninguém, dizia que o ser humano precisa de sua independência, não era alfabetizada, mas tinha uma pronuncia perfeita, pois era elegante, vaidosa e não queria errar sua fala diante as pessoas. Herdei de minha vó a vaidade e a elegância de gostar de salto e batom.
Meus avós paternos tiveram oito filhos: José, Armandina in memorian , Antonio in memorian , Lucila in memorian , Núbia in memorian, Raimundo , Ester e Manoel( meu painho)
Falar dos meus tios paternos me traz no peito uma dor de muita saudade, fortes emoções, é com lagrimas nos olho e o coração cheio de saudade que lembro dos meus tios, pois me traz na lembrança as brincadeira, as conversas e as festas. Eles eram muito animados, gostavam de festas e tratavam os sobrinhos sem muita formalidade, junto com os sobrinhos viravam criança e adolescente, tudo acabava em festa, até uma pequena reunião de família para jogar conversa fora já era um motivo de festa. Não era tudo mar de rosas, tinha muitas fofocas aquele leva e traz, pessoas de pavio muito curto, com eles não tinha essa questão de silenciar, falou ouviu....se não gostou coma menos. Foi daí que herdei a minha impulsividade que já é natural de uma ariana
A Infância e a Adolescência: Descobertas e Desafio
Minha infância foi marcada por emoções intensas e cenários que misturavam o cheiro do mato com o calor humano da família. Cresci rodeada de primos, primas, tios e tias. A minha casa tinha um quintal grande arrodeado de fruteiras, tinha um balanço feito por meu pai, e era vizinho ao Campo de futebol do Dorense, juntava primos e vizinhos amigos para brincar de corda, de boneca, bola de gude, pião, teatro e bola. No campo a gente ia para aprender andar de bicicleta, quando minha irmã Ana completou sete anos ela ganhou uma bicicleta do meu pai, pois sempre muito esforçada e inteligente aprendeu a ler e foi aprovada na escola e então ganhou o tão sonhado presente de toda criança, e ai juntava toda criançada para aprender a andar de bicicleta, creio que os primos e vizinhos da época a maioria aprendeu andar de bicicleta nessa bicicleta. As férias eram divididas entre a fazenda do meus avós maternos, em Feira Nova- Se, e a casa dos meus avós paternos, em Aracaju.
Na fazenda, vivíamos aventuras: andávamos a cavalo, tomávamos banho de rio, brincávamos de esconde-esconde, sem contar nas inúmeras carreiras de vaca parida que por muitas vezes era provocada por minhas travessuras ao mexer com o bezerrinho da vaca, sempre fui muito destemida, por isso era a que mais levava bronca dos meus avós. Era liberdade em sua forma mais pura. Lembro com muita saudade do despertar com o mugido das vacas no curral bem cedinho os vaqueiros aboiando e o som dos rolos do meu avó pela casa e de companhia o rasto dos chinelos de minha vó em direção a cozinha e eu já pulava da cama e nem escovava os dentes já estava encima das tábuas do curral com meu canequinho de estanho aguardando meu avó me servir do leite pura tirado na hora. Dali só aguardava o nosso café da manha:> coalhada, leite com cuscuz, carne assada na brasa, queijo, requeijão e aquela manteiga de gado que já não temos mais com aquele saber. E então iniciava novo dia, novas aventuras na fazenda.
Na casa dos meus avós paternos a festa era garantida as tias, as primas e meus nos aguardavam ansiosas, pois nossa chegada animava mais ainda a família, meu pai assim como meus tios sempre gostou de estar próximo da família e de festa. Juntávamos na casa de uma das tias Ester ou Lucila e ali iniciava com uma conversa e logo todos chegavam. Lembro-me com muita saudade das festas de aniversário da minha tia Lucila, tia que amei com todo meu coração, ela gostava de celebrar seu aniversário com grandes festas, e eu me juntava com meus primos para dançar, especialmente com meu primo Álvaro que temos a mesma idade e energia. Aprontávamos muito na festa, inclusive bebíamos vodka com fanta sem que nosso pais vissem, riamos dos namorados das primas, imitávamos as pessoas dançando, mas nossa amizade não era só flores, quando ele se irritava partia pra cima mesmo e não era só de mim era de qualquer primo que contrariasse a vontade dele.
Esses momentos foram fundamentais para moldar quem eu sou. Eles me ensinaram a importância de celebrar a vida, valorizar a família e nunca perder o brilho nos olhos mesmo diante das dificuldades. Aprendi com eles que o amor e o respeito também se expressam com brincadeiras, com tempo dedicado, com pequenos gestos que ficaram para sempre guardado.
Essas vivencias marcaram profundamente minha formação. A liberdade da fazenda, a união nos jogos de futebol, o cheiro das frutas no quintal, o barulho das ondas de Aracaju... tudo isso construiu a base da mulher que sou hoje: alegre, firme, ligada às minhas raízes e à importância da família.
Aos onze anos a vida me apresentou uma das primeiras grandes dores: a separação dos meus pais e minhas irmãs. Fui obrigada a morar com meus tios|: Dinho e Vania. Fui tratada com muito carinho com por eles, porém nada substitui o cheiro, o aconchego do seu lar e muito menos o amor e afeto dos seu pais e irmãs. Entre seis filhas, eu fui a escolhida. Na época, meu pai havia sido transferido para Aracaju e , sem condições de alugar uma casa para família, ele e minha mãe, precisaram voltar a viver na casa dos meus avós paternos, como a casa era pequena, não havia espaço para todos, e foi ai que meus pais me deram para morar com meus tios
Foi um tempo de noites silenciosas e lagrimas escondidas. Sentia uma saudade que apertava no peito que chegava a doer o meu peito, e a pergunta martelava: Por que eu? Hoje entendo. Aquilo foi o início da minha fortaleza. As vezes, o sofrimento é o que nos prepara para sermos fortes. E eu, sem saber, já estava sendo moldada para encarar o mundo com coragem. E para completar meu sofrimento, um tempo depois todas minhas juntas começaram a inchar e ai foi dolorido, passei dois meses de cama, precisava de ajuda para tomar banho e até comer. Descobrimos que era reumatismo e ai tive que iniciar o tratamento injetável Benzetacil a cada 21 dias . Foi por isso, que tive que voltar a morar com meus pais, ai eles já estavam morando de casa alugada próximo a família dele. Com tanta tribulação perdi ao no letivo escolar
A minha adolescência foi bem mais leve. Com treze anos meus pais voltaram a morar em Dores, mas dessa vez quem ficou separada de todos foi minha irmã Aninha que ficou morando com minha tia Vania para estudar, porém finais de semana ela vinha pra casa onde era aguardada ansiosamente por todos. Voltei a estudar no Colégio Cenecista Francisco Porto, onde fiz muitas amizade, entre elas Luciana Oliveira, minha amiga-irmã, minha cumplice, conselheira. Através dela ganhei mais uma mãe D Mariazinha in memoriam, sua mãe que me tratava como filha, por quem tenho um grande amor e guardo todos ensinamentos.
A cidade fervilhava com bailes no Clube do Dorense, discotecas aos domingos após a missa, tinha o famoso e animado festival do chop. Quando tinha baile na cidade as moças se preparavam com capricho, e minha mãe costureira de primeira fazia minha roupa de minha irmã Ana no capricho, havia uma disputa silenciosa entre as moças da cidade pra vem que estaria mais bem vestida e bonita, afinal a o baile atraia rapazes de outras cidade. Minhas primas: Nadilma ( Ninha) Auxiliadora(Sili), Adilma, que moravam em Aracaju vinham se juntar a nós e muitas vezes traziam amigas como: Daisy, Jane Eyre que já faziam parte da família e na festa nos juntávamos com as primas que moravam em Dores. Meu pai sempre deu liberdade e confiança, minha irmã Ana aprendeu a dirigir e ele dava o carro para irmos as festas, coisa que outros pais da época jamais faria, eles na maioria das vezes iam a festa conosco, porém se não fossem apenas aconselhavam para que nos comportássemos com esmero e tomássemos muito cuidado. Logo minhas irmãs mais nova Manoela e Regina ficaram mocinhas e se juntaram a nós e a turma só crescia. Lembro que os quatorze anos de Manoela ela muito astuciosa e a preferida do meu avô Manuca, o convenceu arcar com as despesas da festa, pois o intuito era apenas juntar os paqueras de todas na festa, e com certeza todos foram: uns eram de Feira Nova e outros de Capela cidades vizinhas, a festa varou a madrugada regada de muito forró, bebida e comida típica já que o aniversário dela é 21 de junho. E assim foi minha adolescência regada de paixões, diversão e muita aventura.
Um amor cedo demais, uma força que veio com eles
Eu tinha apenas 18 anos quando conheci o pai dos meus filhos. Ainda estava cursando o magistério, cheia de sonhos e esperanças, quando a vida me deu um novo rumo. A paixão aconteceu de forma rápida e intensa. Pouco tempo depois, engravidei do meu primogênito, o Armandinho, e, como era comum na época, nos casamos.
A maternidade chegou antes que eu pudesse viver plenamente a juventude. Armandinho nasceu e, com ele, nasceu também uma versão nova de mim: uma mulher que precisava amadurecer depressa, que não podia mais se dar ao luxo de errar. E mal tive tempo de respirar: um ano depois, veio o Dudu, meu caçula, completando o que se tornaria a base do meu mundo.
Mas nem tudo foi alegria e plenitude. A realidade do casamento me trouxe dores silenciosas. Eu tinha sede de crescer, vontade de estudar, trabalhar, conquistar meu espaço no mundo. Mas, infelizmente, o companheiro que deveria me incentivar e caminhar ao meu lado fez justamente o contrário. Eu sofri demais. Em vez de apoio, encontrei resistência. Meus sonhos incomodavam. Meus desejos de independência não eram bem-vindos. O que eu queria era construir uma vida melhor para mim e para meus filhos, mas dentro de casa, a única coisa que crescia era o peso da frustração.
Mesmo assim, com os dois filhos pequenos — e grávida do segundo —, eu segui em frente. E Deus me honrou. Ainda gestando o Dudu, fui aprovada em um concurso público da prefeitura para o cargo de professora. Foi um marco na minha vida. Uma conquista que teve gosto de vitória e resistência. A emoção daquele momento me marcou profundamente. Ali estava a prova de que, apesar de tudo, eu era capaz. Eu podia. E assumi a sala de aula pouco tempo depois, com o coração cheio de esperança e um desejo imenso de construir meu próprio caminho.
E eu queria mais. Não me contentei com o básico. Logo depois, ainda com os filhos pequenos e a rotina pesada, passei no vestibular da Universidade Federal de Sergipe para o curso de Letras – Português e Inglês. Uma conquista que parecia impossível diante das circunstâncias, mas que
se concretizou pela fé, pela garra e pela sede de vencer. Estudar na federal, para mim, não era apenas um diploma: era um símbolo. Era um grito silencioso de que eu estava viva, sonhando, crescendo — apesar de tudo.
Conciliar a maternidade, o trabalho como professora, a universidade e as tensões dentro de casa foi exaustivo. Muitos dias chorei em silêncio. Muitas noites estudei com os meninos dormindo ao lado, e o coração apertado. Mas nunca pensei em desistir. Eu sabia que aquele esforço era por mim, mas principalmente por eles. Meus filhos eram minha maior motivação.
Hoje, olho para trás e reconheço a mulher que fui. Aquela menina que virou mãe cedo, que sofreu calada dentro de um casamento sem incentivo, que segurou o mundo nas costas enquanto sonhava com uma sala de aula, com um diploma, com a própria liberdade. E sinto orgulho. Porque foi naquela dor que comecei a me fortalecer. E foi naquela coragem, que ninguém via, que comecei a me tornar quem sou hoje.
Quando o coração é dividido: separação, dor e recomeço
O casamento durou oito anos. Anos de altos e baixos, de tentativas, silêncios, frustrações e, principalmente, de muita solidão dentro de uma vida a dois. Eu já não cabia mais naquele espaço sufocante onde meus sonhos não eram acolhidos. A mulher que crescia dentro de mim — pela força da maternidade, pelos estudos, pela experiência de sala de aula — já não se reconhecia naquele relacionamento.
A separação não foi fácil. Muito pelo contrário: foi um processo turbulento, marcado por disputas e dores profundas. Lutamos na Justiça pela guarda dos nossos filhos, e essa briga mexeu com tudo que havia em mim. Eu já carregava o peso da rotina, das responsabilidades, das noites mal dormidas e da pressão da universidade. E, em meio a isso tudo, ainda precisava manter o foco para concluir minha monografia e não perder o curso de Letras. Um período de sobrecarga física, emocional e psicológica.
Apesar de tudo, venci mais essa batalha. Conquistei na Justiça a guarda dos dois filhos. Mas o que parecia uma vitória me trouxe também a dor mais profunda que já experimentei.
Armandinho, meu primogênito, sempre foi muito ligado ao pai. Tinha por ele uma admiração enorme, uma paixão que o fazia querer estar perto, mesmo em meio a todas as turbulências. E, com apenas 12 anos, ele tomou uma decisão que rasgou meu coração: quis morar com o pai. E por mais que eu desejasse tê-lo comigo, senti que precisava respeitar aquele desejo. Foi por amor que eu abri mão. Doeu — doeu mais do que qualquer outra dor que já vivi. Ver meu filho partir, ver o quarto vazio, a cama desfeita, o silêncio da ausência… foi como se uma parte de mim tivesse sido arrancada à força.
Fiquei com Dudu, meu caçula. Sempre foi meu grude, meu chicletinho. Ele amava estudar, tinha sede de aprender, e eu sabia que precisava garantir a ele oportunidades melhores. Foi então que tomei mais uma decisão difícil e corajosa: mudei-me para Aracaju. Mas agora com o coração dividido — uma mãe que seguia com metade da alma no presente e a outra metade presa na ausência
Para dar conta de tudo, tive que me desdobrar. Trabalhava no cargo de professora da prefeitura de Nossa Senhora das Dores, também lecionava pelo Estado em Feira Nova e, em Aracaju, era tutora do curso de Letras/Inglês da FTC. Me dividia entre três cidades, três realidades, três ritmos — e um só corpo cansado. O que me movia era a responsabilidade, o amor por meus filhos e a fé inabalável de que tudo aquilo valeria a pena.
Vivia com a mala no carro, pegando estrada cedo, chegando tarde, comendo às pressas, dormindo pouco e carregando no peito a saudade de Armandinho, a preocupação com o futuro de Dudu e a certeza de que eu precisava seguir em frente. Não podia parar. Era minha chance de construir uma vida digna para nós dois. E por mais que os dias fossem pesados, havia em mim uma chama que não se apagava.
Essa fase me ensinou muito sobre limites — os meus e os da vida. Mas também me ensinou sobre escolhas. E eu escolhi não me vitimizar. Escolhi seguir com fé, cabeça erguida e os olhos voltados para o futuro. Hoje, quando olho para trás, entendo que abrir mão, às vezes, também é um ato de amor. E que sobreviver à dor mais profunda nos ensina que somos muito mais fortes do que jamais imaginamos.
Virada de chave: da dor ao recomeço
Os anos que se seguiram foram intensos, marcados por trabalho duro, renúncias e reconstrução. Depois da separação, da luta pela guarda dos meus filhos, da dor silenciosa de ver Armandinho escolher morar com o pai, e da maratona que era me dividir entre três empregos em cidades diferentes, eu sabia que não podia mais viver no modo sobrevivência. Algo dentro de mim gritava por mudança. Eu precisava — merecia — uma nova chance de viver, não apenas resistir.
E foi nesse momento que veio a minha virada de chave.
Com o tempo, fui percebendo que aquela rotina esgotante já não me cabia mais. Eu amava ensinar, claro. A sala de aula sempre foi um lugar de pertencimento e paixão. Mas eu queria mais. Queria empreender, testar minha criatividade, construir algo meu. Foi nesse desejo de mudança que começou a nascer a empresária que eu nem sabia que existia dentro de mim.
A primeira faísca veio com a criação da Sil Tour Viagens e Turismo. Era mais do que um negócio — era um respiro. Uma forma de unir minha paixão por conhecer lugares, meu amor por organizar e ajudar pessoas, e minha vontade de oferecer experiências que transformassem a vida dos outros. Comecei com pouco, mas com muita dedicação. Aprendi tudo na raça: como lidar com fornecedores, criar roteiros, atender clientes, cuidar da parte burocrática. Foi ali que desenvolvi minha veia empreendedora, mesmo ainda exercendo a profissão de professora em paralelo.
Mas a grande transformação veio após a pandemia de 2020.
Foi um tempo em que o mundo inteiro precisou parar, e comigo não foi diferente. A pandemia me fez refletir profundamente sobre o que eu queria dali para frente. Como
muitas pessoas, percebi que o tempo é precioso demais para ser desperdiçado com aquilo que já não nos preenche. Comecei a prestar mais atenção nas oportunidades ao meu redor — e uma delas surgiu justamente dentro do condomínio onde eu morava.
Em 2016, havia me tornado síndica de um condomínio fechado. E, por conta disso, muitas pessoas começaram a me procurar com dúvidas sobre imóveis, contratos, aluguéis, vendas. Aquilo me despertou um novo olhar: percebi que havia ali um mercado promissor, e mais do que isso, uma oportunidade de transformação. Foi assim que comecei a estudar sobre o mercado imobiliário, fazer cursos, me qualificar. E assim nasceu a corretora.
Comecei pequena, vendendo casas, ajudando amigos e conhecidos. Mas com o tempo, fui ganhando espaço, conquistando credibilidade e ampliando minha visão. Passei a investir em tecnologia, usar CRM imobiliário, adotar ferramentas digitais para acompanhar o comportamento dos clientes. Entendi que o mercado havia mudado e que eu também precisava mudar com ele. Foi um renascimento profissional.
E ao meu lado, como sempre, estava Dudu — meu filho, meu companheiro de vida, que não só me apoiava como também passou a trabalhar comigo. Nosso vínculo, que sempre foi forte, se fortaleceu ainda mais nessa nova fase. Trabalhar com meu filho foi, para mim, a maior recompensa de toda a luta que enfrentei. Ver nele um jovem dedicado, comprometido, com visão de futuro, é a confirmação de que todo sacrifício valeu a pena.
Hoje, quando olho para tudo que construí — como professora, como empresária, como corretora, como mãe — eu vejo não apenas conquistas materiais, mas vitórias emocionais. A virada de chave aconteceu quando eu decidi que não seria definida pelas dores que vivi, mas sim pela mulher que escolhi me tornar. Reinventei minha vida aos poucos, com fé, força e a certeza de que nunca é tarde para recomeçar.
Às vezes abrir mão também é um ato de amor
Tecnologia: a chave para o novo mercado imobiliário
Encerrar este capítulo da minha vida — marcado por superações, transições e recomeços — seria incompleto sem mencionar um dos fatores mais decisivos para minha virada profissional: a tecnologia.
Se tem algo que aprendi com os anos é que o mundo mudou — e o mercado imobiliário mudou junto. Aquele corretor tradicional, que vivia apenas de indicações e guardava os contatos em uma caderneta, já não sobrevive mais no cenário atual. Hoje, quem não se adapta, simplesmente não cresce. O corretor que ignora a tecnologia está, na prática, cavando sua própria estagnação.
Eu precisei me atualizar. E continuo me atualizando todos os dias. A transformação digital não é um modismo: é uma exigência real. E foi graças à coragem de me abrir ao novo que comecei a conquistar mais espaço, mais segurança nas negociações e uma presença profissional mais sólida e estratégica.
Aqui estão algumas das tecnologias que considero essenciais no mercado imobiliário atual — ferramentas que mudaram a forma como trabalho e me relaciono com meus clientes:
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CRM Imobiliário (Customer Relationship Management)
O CRM se tornou meu braço direito. Ele organiza meus contatos, registra o histórico com cada cliente, acompanha negociações e automatiza tarefas. Com ele, não perco oportunidades, consigo identificar o momento certo para cada abordagem e ofereço um atendimento muito mais profissional e personalizado. Um corretor que ainda se apoia apenas na memória ou em blocos de notas está atrasado.
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Portais de imóveis e divulgação digital
Estar nos grandes portais como OLX, VivaReal, ZAP, ImovelWeb, entre outros, é fundamental. Mas mais do que isso: é preciso saber como divulgar. Bons anúncios, com fotos de qualidade, descrições atrativas e direcionamento estratégico fazem toda a diferença. A internet é o novo ponto de venda, e estar bem posicionado nela é vital.
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Fotos e vídeos profissionais (e até drones)O visual vende. Aprendi que boas fotos são metade da venda. Vídeos bem feitos — principalmente com drones — valorizam o imóvel, criam uma experiência mais imersiva e geram mais confiança. Um cliente que visualiza bem o imóvel já chega mais propenso a fechar negócio.
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Atendimento via WhatsApp Business, Chatbots e redes sociais
Hoje, as pessoas querem agilidade. O WhatsApp virou o principal canal de comunicação. Uso o WhatsApp Business com respostas automáticas, catálogos e etiquetas. Também estou presente nas redes sociais, mostrando imóveis, tirando dúvidas, construindo autoridade. A rede social não é só vitrine: é relacionamento e posicionamento de marca.
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Assinatura eletrônica de contratos
Agilidade e segurança. Com plataformas de assinatura digital, como D4Sign, DocuSign ou Clicksign, resolvo contratos com clientes que estão em outras cidades — ou até países. Ganho tempo e elimino burocracia. Isso transmite modernidade e confiança.
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Análise de dados e comportamento do consumidor
Hoje eu uso ferramentas que mostram quais imóveis têm mais cliques, quais horários meus anúncios performam melhor e até como os clientes se comportam nas buscas. Isso me ajuda a ser mais estratégica, oferecendo o que o cliente realmente quer, e não apenas o que eu acho que ele precisa.
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Visitas virtuais e tours 360º
Essa tecnologia, que ganhou força com a pandemia, veio para ficar. Em vez de marcar dezenas de visitas, o cliente pode fazer uma primeira “visita” online, o que otimiza tempo para os dois lados. E quem oferece essa comodidade, se destaca.
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Automação de marketing
Com ferramentas de automação, envio e-mails, agendamentos de publicações e captação de leads de forma automática. Isso mantém o funil de vendas girando, mesmo quando estou em outras atividades.
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Conclusão: quem não se adapta, fica para trás
O corretor de sucesso hoje não é apenas aquele que entende de venda — mas aquele que entende de pessoas, processos e plataformas. É quem se comunica bem, se organiza com inteligência e entende que a tecnologia é uma aliada, não uma ameaça.
A tecnologia veio para nos libertar do trabalho excessivo, ampliar nosso alcance e profissionalizar ainda mais nosso serviço
E eu, que já enfrentei tantos desafios, não poderia parar no tempo. Me reinventei — como mulher, como mãe, como empresária, como corretora. E sigo me reinventando todos os dias, porque aprendi que o sucesso só vem para quem está disposto a evoluir.
Gratidão que transborda”
Antes de qualquer palavra, eu preciso olhar para o céu e agradecer a Deus — por estar comigo em todos os momentos, mesmo quando eu pensei que estava só. Foi Ele quem me sustentou nas noites de incerteza, nos dias de cansaço e nos recomeços silenciosos. Ele nunca soltou a minha mão, mesmo quando o mundo parecia desabar.
Agradeço aos meus pais, aqueles que me deram a vida e plantaram em mim a semente do valor, da honra e do querer ser alguém. Durante muitos anos, meu maior desejo era que eles tivessem orgulho de mim — e hoje, com o coração emocionado, acredito que consegui. Cada passo que dei teve como alicerce o amor que recebi deles.
Aos meus filhos, meu tudo, minha razão, meu combustível de fé e coragem. Quando me tornei mãe, minha vida ganhou outro sentido. Eu já não lutava só por mim. Duas vidas preciosas dependiam dos meus braços, da minha força e da minha presença. E foi por eles que enfrentei a vida de frente, com livros na mão, fé no coração e uma vontade imensa de vencer. Foram eles que me ensinaram que o amor de mãe move montanhas — e que o impossível só existe até o momento em que decidimos não desistir.
E se hoje eu tenho uma história para contar, preciso fazer uma menção especial à minha irmã Ana, minha querida Aninha. Ah, minha Aninha… Deus te colocou no mundo com a missão de ser meu colo, minha retaguarda, meu anjo disfarçado de irmã. Em tantos momentos, você foi mais mãe do que irmã. Seu apoio foi essencial, sua presença foi sustento. Se hoje existe a SIL TOUR, é porque você esteve lá — quando ninguém mais estava. Foi você quem acreditou, quem ajudou, quem me amparou quando tudo parecia tão distante.
Eu não sou feita de vitórias apenas. Sou feita de lutas, lágrimas, noites em claro e recomeços. Mas sou, acima de tudo, feita de amor, fé, coragem e gratidão. E é com esse coração cheio de emoção que agradeço — por tudo que vivi, por tudo que superei, e por todos que caminharam comigo.
Gratidão, meu Deus. Gratidão, minha família. Gratidão, minha história.
“Minha história não é só de superação. É de transformação.”
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O chamado para mudança
Eu Silvanira Paixão da Silva, nasci em 30/03/1972 AS 15 horas de parto natural na residência dos meus avós materno na cidade de N sra das Dores, casa em que meus pais moravam na época, filha de Manoel Messias da Silva conhecido como Manezinho e Irailde Maria da Silva, divorciada, mãe de dois filhos abençoados: Armando de Araújo Costa Neto ( Armandinho) e Vanderly Costa Júnior ( Dudu), vó de Gustavo H da Silva Costa. Tenho seis irmãos: ANA Conceição da Silva Santana ( Aninha) Maria Armanda Manoela da Silva, Elys Regina da Silva Feitosa e Mara Rúbia da Silva Jorge, estas irmãs por parte de pai e mãe, sendo apenas por parte de pai: Tania Regina Carvalho Leite ( a primogênita do meu pai) e Manoel Armando Silva ( caçula do meu pai). Desde muito jovem aprendi o valor do trabalho, da responsabilidade e da educação, virtudes herdadas de uma família marcada pelo respeito, fé e dedicação ao próximo.
Meu pai sempre sonhou em escrever um livro sobre sua história de vida e memórias . É por ele que escrevo este livro, de alguma forma, acredito que estou realizando seu desejo por ele. Esta obra é minha, mas é também dele – uma homenagem de filha para pai.
Sou filha de Manoel Messias da Silva, o Manezinho e Irailde Maria da Silva. Meus pais enfrentaram muitos desafios logo no início do casamento, já que não tiveram aprovação dos meus avós maternos por serem jovens e meu pai não ter emprego e ser boemio. Ainda assim escolheram ficar juntos e começaram a vida com coragem e amor, morando com os pais do meu pai, meus avós paternos.
Na casa dos meus avós, tudo era partilhado: o trabalho, a comida, a esperança. Minhas tias costuravam para fora, vendendo peças de cama, mesa e banho, e minha mãe logo seguiu o mesmo caminho para ajudar no sustento da casa. Era um lar humilde, mas cheio de dignidade e movimento.
A vida porém não foi generosa no início. A minha mãe perdeu sua primeira filha com apenas seis meses de vida. Depois, sofreu um aborto espontâneo. Logo em seguida nasceu minha irmã Ana, a Aninha e pouco mais de um ano depois, nasci eu. Meus pais agora tinham duas meninas pequenas e muita responsabilidade.
Com dificuldade em Maruim, meu avô Manuca, sempre muito ligado a nós, suas netas, fez uma visita e, ao ver a situação convidou meus pais a voltarem para Dores. La ofereceu moradia e trabalho ao meu pai, que passou a dirigir para ele. Algum tempo depois, por intermédio do compadre Dr. Mário Rossi, meu pai conseguiu um emprego no estado, na SUDAP. Sempre estudioso fez o curso técnico agrícola, o que lhe garantiu promoções e estabilidade até a aposentadoria, mas isso não bastava fez o curso do magistério e anos depois entrou para faculdade realizando seu sonho e fez o curso de história. Minha mãe tentou concluir seu primeiro grau, mas não conseguiu. Porem através do meu tio Erinaldo na época prefeito da cidade de Feira Nova e amigo do governador João Alves Filho conseguiu sua segurança financeira, passaria a ser funcionária que lhe garantiu a aoposentadoria
Meu pai sempre foi sonhador. Tentou negócios, como uma funerária em Carmópolis e um comercio em Siriri, ambos sem sucesso. Mas nunca desistiu. Depois comprou o Alô Comercio em N. Sra das Dores, que funciona até hoje. Apesar das dificuldades nunca deixou de ser um homem justo, amoroso e presente. Sempre me ouviu com atenção, abraçava suas filhas ao chegar em casa, dava conselhos. Era firme quando precisava ser, mas antes de repreender, fazia questão de escutar, Isso marcou minha formação de forma profunda.
Já a minha mãe... Ela foi uma mulher forte, trabalhadora, pouco estudo, mas tentou concluir seu primeiro grau. Porem através do meu tio Erinaldo na época prefeito da cidade de Feira Nova e amigo do governador João Alves Filho conseguiu sua segurança financeira, passaria a ser funcionária que lhe garantiu a aposentadoria. Enfrentou a vida com garra. Embora não tenha distribuído seu afeto de forma igual. Eu sempre percebi que não era sua filha preferida. Isso era claro nas atitudes, nas palavras ditas e nas não ditas também. Embora tenha feito muito por mim, sempre senti que era amada com reservas. A filha preferida parecia ter mais razão, mais compreensão, mais colo. Crescer com essa diferença silenciosa me doía. E ainda dói, as vezes. Mas aprendi que a não deixar que isso me definisse.
Aprendi, sim, a crescer com força. E não posso deixar de agradecer ao meu pai que sempre foi meu porto seguro emocional e a minha irmã Ana, essa mulher que me acompanha desde que nascemos quase juntas, e que tantas vezes assumiu o papel de mãe, amiga, confidente. Com ela sempre pude contar
Meus pais foram pessoas à frente do tempo deles. Nos ensinaram que não se deve baixar a cabeça para a vida. E por tudo oque viveram, e me ensinaram, mesmo com os silêncios e feridas, sou profundamente grata. Foram as raízes da minha vida
Para compor esta autobiografia, reporto-me às minhas origens familiares. Busquei em fontes familiares e outras, dados para compor um pequeno quadro contextual e sócio-histórico. Contendo informações que julguei mais importante a respeito dos meus ascendentes.
As emoções me tomaram o peito em rever na memória, ou ao imaginar como eram os meus bisavós e avós. Assim, penso, tornarei a narrativa mais interessante e ao gosto dos leitores
Das poucas notícias que tenho referentes aos meus bisavôs e as minhas bisavós, estou ciente de que os maternos eram: Inácio José de Menezes e Francisca Feitosa de Meneses; Joaquim Belarmino Lisboa e Maria Cândida Lisboa. E meus bisavós paternos eram: João Selestino de Carvalho e Maria Rosa Selestino de Carvalho.
Eu não cheguei a conhecer meu bisavós, mas curiosamente, sinto como se eles fizessem parre da minha história de maneira muito viva. Isso porque meus avós falavam deles com tanto amor, respeito e ternura, que aquelas lembranças contadas viraram raízes dentro de mim.
Cada história que ouvia parecia um retrato pintado com palavras: os gesto simples, os ensinamentos, a maneira como tratavam os filhos e os valores que deixaram como herança. Sem perceber, aprendi a admirar profundamente pessoas que nunca vi, e mesmo sem presença física, elas se tornaram referencia silenciosa na construção de quem sou.
É assim que a memória familiar atravessa o tempo: pela força da fala, pela emoção no olhar de quem viveu e quis manter vivos aqueles que partiram
Quanto aos meus avós maternos Manoel Joaquim dos Santos ( MANUCA) e Maria Francisca dos Santos ( MARIA DE MANUCA), como eram conhecidos, o que era um costume na época deles em que uma esposa sempre ficava cognominada pelo nome dela como pertencente ao marido, MARIA DE MANUCA.
Meus Avós maternos sempre tiveram uma presença marcante em minha vida, não apenas com seu amor e sabedoria simples, mas também desde o instante que cheguei ao mundo. A escolha do meu nome foi o primeiro presente especial que recebi deles, carregado de significado e carinho
Foi meu avô quem escolheu Silvanira. Achava o nome lindo, forte e diferente, acreditava que ele combinaria com a mulher que eu me tornaria. Já o Paixão, segundo nome escolhido por minha vó em homenagem ao dia do meu nascimento: uma quinta feira da Paixão, durante a Semana Santa. Para ela, isso era um sinal divino e fez questão que esta simbologia estivesse em meu nome, como benção e proteção
Carrego comigo, até hoje, essa história como elo efetivo que me liga ao passado, às minhas raízes e à espiritualidade que sempre esteve presente em nossa família
Meu avós maternos, por sua vez, tiveram uma influência muito importante na minha vida. Por muitos anos meus pais moraram com eles, por este motivo eles tiveram participação ativa na minha educação. Considero haver herdado a força e a sabedoria da minha vó materna, MARIA DE MANUCA, dedicada a família, e muito respeitada por todos da região em que nasceu.
Eles nunca deixou faltar nada para o sustento e educação da família de pouca leitura, mas dava muito valor a educação, incentivava todos os filhos e netos a estudar e se formar, pois seu maior orgulho era saber que um filho ou neto ia bem na escoa. Recordo-me com clareza que minha vó não tinha muita leitura, mas o pouco que sabia dividia comigo, pois por varias tardes sentou comigo para me ensinar a leitura juntando letra por letra até formar e descobrir as palavras , ela gostava de fazer crochê todas as tardes, e ali pedia pra que eu trouxesse o livro e mostrasse a ela se já estava aprendendo a ler, e quando enganchava em alguma silaba ela ajudava. Assim que meus tios Edivaldo e Lucivania concluíram o primeiro grau, meus avós adquiriram uma casa na capital Aracaju para que seus filhos e netos pudessem ter uma educação de qualidade. Moravam na FAZENDA MALHADOR que fica na cidade de Feira Nova – SE há poucos quilômetros de Nossa Senhora das Dores, mas tinham sua casa em Dores na qual meus pais moraram por um tempo até construir a deles, era uma casa grande com quintal enorme cheio de fruteiras, vizinho ao campo de futebol da cidade – DORENSE. Meus tios jogavam na época e meu pai era juiz dos jogos e então eles gostavam de assistir aos jogos, assim abriram um aporta que dava acesso ao campo para que toda família pudesse assistir aos jogos juntas e fortalecer a torcida pelo Dorense que era o time que meus tios jogavam. Este era um ato de amor que pela sua simplicidade se passa desapercebido, mas hoje eu entendo perfeitamente seus gestos.
Meus avós maternos tiveram onze filhos, porém só tive o prazer de conhecer apenas oito: Manoel Francisco ( Tio Erisvaldo) in memoriam, Erinaldo Francisco – in memoriam, Eribaldo Francisco – in memoriam, Irailde ( minha mãe), Maria Do Carmo ( Tia Carminha) in memoriam, Jorge, Edivaldo ( Tio Dinho) e Lucivania ( Tia Nega). Falar dos meus tios me enche de emoção principalmente por aqueles que partiram para outro plano. De uma certa forma todos tiveram uma importância na minha vida, porém meus tios Dinho e Nega tiveram uma presença muito especial, pois morei com eles um tempo e recebi deles um carinho e afeto, meu tio Dinho mais carinhoso e solicito, já minha tia Nega era um pouco ríspida, seca, mas nunca deixou faltar nada e sempre esta pronta para ajudar no que for preciso, a eles todo meu amor!. M
Meus tios Erisvaldo e Erinaldo sempre estiveram junto com meus avós nos negócios. Erinaldo cortava estrada arriscando sua vida com destino aos estados de Minas Gerais e Goias de gado nelore para vender aos fazendeiros da região, enquanto isso o meu tio Erisvaldo e meu avô ficava a espera. Lembro com saudade as vezes que estava na fazenda e a noite ouvíamos o barulho de um carro, meus avós com sorriso cheio de emoção logo reconheciam o carro e diziam: O homem chegou, e era meu tio Erinaldo que vinha de carro pequeno e chegava primeiro que os caminhões de boiadeiro, e ai sentava a mesa da cozinha e pedia a minha vó que sempre estava preparada para receber os filhos dela com o que eles mais gostavam, aquela carne assada no fogão a lenha, este meu tio amava queijo coalho assada na hora, então ele pegava um pires com álcool tocava fogo e assava seu queijo. Passando de um a dois dias logo cedinho ouvia o barulhos do ronco dos motores dos caminhões e ai já era a mercadoria chegando – o gado nelore. Eu de prontidão já corria para subir nas tabuas do curral para ver o desembarque do gado, e meu vô com um sorriso largo nos lábios dizia, cuidado menina pra não cair daí, minha vó sempre atenta a tudo também queria ver o gado e participar da conversa e até nas negociações assim coubesse a parte dela.
Meus avós maternos não foram apenas figuras de amor e acolhimento, também foram referencias de liderança e compromisso com a comunidade. Eram muito respeitados em Feira Nova, onde exercia forte influência política. A política aliás, corria nas veias da minha família
Meu avô, homem de palavra e pulso firme, era admirado por sua postura justa e seu senso de responsabilidade com o povo. Minha vó sempre firme, atenta, acompanhava tudo de perto, com o olhar sábio de quem sabia onde estava pisando. Ela era daquelas mulheres que mesmo nos bastidores tinham uma força silenciosa que movia decisões.
A paixão pela política passou para os filho. Meu tio Erisvaldo foi vereador e mais tarde meu tio Erinaldo ocupou também a vereança e chegou à prefeitura da cidade sendo uma figura importante na história política de Feira Nova. Cresci ouvido conversas sobre campanhas, projetos, compromissos com o povo e disputas eleitorais e, mesmo criança percebi que aquilo não era apenas ambição. Era vocação.
Essa herança política não moldou apenas minha vidão do mundo, ela também me ensinou sobre liderança, coragem e responsabilidade social. Entendi desde cedo que servir a comunidade com ética e firmeza é uma forma nobre de amar. E mesmo que meus caminhos tenham sido diferentes, essa chama da liderança e do comprometimento com o outro sempre esteve presente em tudo que eu faço
Já o meus avós paternos Armando e Maria, sempre carinhosos, tratavam seus netos com amor, carinho e conversavam como se fossemos todos adultos sobre todos assuntos.
Não convivi muito com meu avô Armando, aos meus onze anos ele partiu para outro plano, porém o pouco que convivi deixou boas recordações, era brincalhão e gostava se juntar com o netos e filhos para jogar baralho, dominó, dama, virava criança entre a gente, tinha uma brincadeira de queimar sua unha na brasa do cigarro e colocar na pele de alguém só pra ver a reação, sem contar que adorava esconder os chinelos de um desatento e fazer de conta que não foi ele, isso tudo para dar risada junto com todos.
Já com minha vó Maria tiver o prazer e honrar de conviver por muitos anos, inclusive cheguei a morar com ela por um tempo curto para estudar em Aracaju cidade onde ela morava. Mas sempre muito atenciosa e preocupada com o meu bem estar. Conversávamos muito sobre os paqueras da época, incentivava nos estudos, sempre aconselhando para estudar e nunca depender de ninguém, dizia que o ser humano precisa de sua independência, não era alfabetizada, mas tinha uma pronuncia perfeita, pois era elegante, vaidosa e não queria errar sua fala diante as pessoas. Herdei de minha vó a vaidade e a elegância de gostar de salto e batom.
Meus avós paternos tiveram oito filhos: José, Armandina in memorian , Antonio in memorian , Lucila in memorian , Núbia in memorian, Raimundo , Ester e Manoel( meu painho)
Falar dos meus tios paternos me traz no peito uma dor de muita saudade, fortes emoções, é com lagrimas nos olho e o coração cheio de saudade que lembro dos meus tios, pois me traz na lembrança as brincadeira, as conversas e as festas. Eles eram muito animados, gostavam de festas e tratavam os sobrinhos sem muita formalidade, junto com os sobrinhos viravam criança e adolescente, tudo acabava em festa, até uma pequena reunião de família para jogar conversa fora já era um motivo de festa. Não era tudo mar de rosas, tinha muitas fofocas aquele leva e traz, pessoas de pavio muito curto, com eles não tinha essa questão de silenciar, falou ouviu....se não gostou coma menos. Foi daí que herdei a minha impulsividade que já é natural de uma ariana
A Infância e a Adolescência: Descobertas e Desafio
Minha infância foi marcada por emoções intensas e cenários que misturavam o cheiro do mato com o calor humano da família. Cresci rodeada de primos, primas, tios e tias. A minha casa tinha um quintal grande arrodeado de fruteiras, tinha um balanço feito por meu pai, e era vizinho ao Campo de futebol do Dorense, juntava primos e vizinhos amigos para brincar de corda, de boneca, bola de gude, pião, teatro e bola. No campo a gente ia para aprender andar de bicicleta, quando minha irmã Ana completou sete anos ela ganhou uma bicicleta do meu pai, pois sempre muito esforçada e inteligente aprendeu a ler e foi aprovada na escola e então ganhou o tão sonhado presente de toda criança, e ai juntava toda criançada para aprender a andar de bicicleta, creio que os primos e vizinhos da época a maioria aprendeu andar de bicicleta nessa bicicleta. As férias eram divididas entre a fazenda do meus avós maternos, em Feira Nova- Se, e a casa dos meus avós paternos, em Aracaju.
Na fazenda, vivíamos aventuras: andávamos a cavalo, tomávamos banho de rio, brincávamos de esconde-esconde, sem contar nas inúmeras carreiras de vaca parida que por muitas vezes era provocada por minhas travessuras ao mexer com o bezerrinho da vaca, sempre fui muito destemida, por isso era a que mais levava bronca dos meus avós. Era liberdade em sua forma mais pura. Lembro com muita saudade do despertar com o mugido das vacas no curral bem cedinho os vaqueiros aboiando e o som dos rolos do meu avó pela casa e de companhia o rasto dos chinelos de minha vó em direção a cozinha e eu já pulava da cama e nem escovava os dentes já estava encima das tábuas do curral com meu canequinho de estanho aguardando meu avó me servir do leite pura tirado na hora. Dali só aguardava o nosso café da manha:> coalhada, leite com cuscuz, carne assada na brasa, queijo, requeijão e aquela manteiga de gado que já não temos mais com aquele saber. E então iniciava novo dia, novas aventuras na fazenda.
Na casa dos meus avós paternos a festa era garantida as tias, as primas e meus nos aguardavam ansiosas, pois nossa chegada animava mais ainda a família, meu pai assim como meus tios sempre gostou de estar próximo da família e de festa. Juntávamos na casa de uma das tias Ester ou Lucila e ali iniciava com uma conversa e logo todos chegavam. Lembro-me com muita saudade das festas de aniversário da minha tia Lucila, tia que amei com todo meu coração, ela gostava de celebrar seu aniversário com grandes festas, e eu me juntava com meus primos para dançar, especialmente com meu primo Álvaro que temos a mesma idade e energia. Aprontávamos muito na festa, inclusive bebíamos vodka com fanta sem que nosso pais vissem, riamos dos namorados das primas, imitávamos as pessoas dançando, mas nossa amizade não era só flores, quando ele se irritava partia pra cima mesmo e não era só de mim era de qualquer primo que contrariasse a vontade dele.
Esses momentos foram fundamentais para moldar quem eu sou. Eles me ensinaram a importância de celebrar a vida, valorizar a família e nunca perder o brilho nos olhos mesmo diante das dificuldades. Aprendi com eles que o amor e o respeito também se expressam com brincadeiras, com tempo dedicado, com pequenos gestos que ficaram para sempre guardado.
Essas vivencias marcaram profundamente minha formação. A liberdade da fazenda, a união nos jogos de futebol, o cheiro das frutas no quintal, o barulho das ondas de Aracaju... tudo isso construiu a base da mulher que sou hoje: alegre, firme, ligada às minhas raízes e à importância da família.
Aos onze anos a vida me apresentou uma das primeiras grandes dores: a separação dos meus pais e minhas irmãs. Fui obrigada a morar com meus tios|: Dinho e Vania. Fui tratada com muito carinho com por eles, porém nada substitui o cheiro, o aconchego do seu lar e muito menos o amor e afeto dos seu pais e irmãs. Entre seis filhas, eu fui a escolhida. Na época, meu pai havia sido transferido para Aracaju e , sem condições de alugar uma casa para família, ele e minha mãe, precisaram voltar a viver na casa dos meus avós paternos, como a casa era pequena, não havia espaço para todos, e foi ai que meus pais me deram para morar com meus tios
Foi um tempo de noites silenciosas e lagrimas escondidas. Sentia uma saudade que apertava no peito que chegava a doer o meu peito, e a pergunta martelava: Por que eu? Hoje entendo. Aquilo foi o início da minha fortaleza. As vezes, o sofrimento é o que nos prepara para sermos fortes. E eu, sem saber, já estava sendo moldada para encarar o mundo com coragem. E para completar meu sofrimento, um tempo depois todas minhas juntas começaram a inchar e ai foi dolorido, passei dois meses de cama, precisava de ajuda para tomar banho e até comer. Descobrimos que era reumatismo e ai tive que iniciar o tratamento injetável Benzetacil a cada 21 dias . Foi por isso, que tive que voltar a morar com meus pais, ai eles já estavam morando de casa alugada próximo a família dele. Com tanta tribulação perdi ao no letivo escolar
A minha adolescência foi bem mais leve. Com treze anos meus pais voltaram a morar em Dores, mas dessa vez quem ficou separada de todos foi minha irmã Aninha que ficou morando com minha tia Vania para estudar, porém finais de semana ela vinha pra casa onde era aguardada ansiosamente por todos. Voltei a estudar no Colégio Cenecista Francisco Porto, onde fiz muitas amizade, entre elas Luciana Oliveira, minha amiga-irmã, minha cumplice, conselheira. Através dela ganhei mais uma mãe D Mariazinha in memoriam, sua mãe que me tratava como filha, por quem tenho um grande amor e guardo todos ensinamentos.
A cidade fervilhava com bailes no Clube do Dorense, discotecas aos domingos após a missa, tinha o famoso e animado festival do chop. Quando tinha baile na cidade as moças se preparavam com capricho, e minha mãe costureira de primeira fazia minha roupa de minha irmã Ana no capricho, havia uma disputa silenciosa entre as moças da cidade pra vem que estaria mais bem vestida e bonita, afinal a o baile atraia rapazes de outras cidade. Minhas primas: Nadilma ( Ninha) Auxiliadora(Sili), Adilma, que moravam em Aracaju vinham se juntar a nós e muitas vezes traziam amigas como: Daisy, Jane Eyre que já faziam parte da família e na festa nos juntávamos com as primas que moravam em Dores. Meu pai sempre deu liberdade e confiança, minha irmã Ana aprendeu a dirigir e ele dava o carro para irmos as festas, coisa que outros pais da época jamais faria, eles na maioria das vezes iam a festa conosco, porém se não fossem apenas aconselhavam para que nos comportássemos com esmero e tomássemos muito cuidado. Logo minhas irmãs mais nova Manoela e Regina ficaram mocinhas e se juntaram a nós e a turma só crescia. Lembro que os quatorze anos de Manoela ela muito astuciosa e a preferida do meu avô Manuca, o convenceu arcar com as despesas da festa, pois o intuito era apenas juntar os paqueras de todas na festa, e com certeza todos foram: uns eram de Feira Nova e outros de Capela cidades vizinhas, a festa varou a madrugada regada de muito forró, bebida e comida típica já que o aniversário dela é 21 de junho. E assim foi minha adolescência regada de paixões, diversão e muita aventura.
Um amor cedo demais, uma força que veio com eles
Eu tinha apenas 18 anos quando conheci o pai dos meus filhos. Ainda estava cursando o magistério, cheia de sonhos e esperanças, quando a vida me deu um novo rumo. A paixão aconteceu de forma rápida e intensa. Pouco tempo depois, engravidei do meu primogênito, o Armandinho, e, como era comum na época, nos casamos.
A maternidade chegou antes que eu pudesse viver plenamente a juventude. Armandinho nasceu e, com ele, nasceu também uma versão nova de mim: uma mulher que precisava amadurecer depressa, que não podia mais se dar ao luxo de errar. E mal tive tempo de respirar: um ano depois, veio o Dudu, meu caçula, completando o que se tornaria a base do meu mundo.
Mas nem tudo foi alegria e plenitude. A realidade do casamento me trouxe dores silenciosas. Eu tinha sede de crescer, vontade de estudar, trabalhar, conquistar meu espaço no mundo. Mas, infelizmente, o companheiro que deveria me incentivar e caminhar ao meu lado fez justamente o contrário. Eu sofri demais. Em vez de apoio, encontrei resistência. Meus sonhos incomodavam. Meus desejos de independência não eram bem-vindos. O que eu queria era construir uma vida melhor para mim e para meus filhos, mas dentro de casa, a única coisa que crescia era o peso da frustração.
Mesmo assim, com os dois filhos pequenos — e grávida do segundo —, eu segui em frente. E Deus me honrou. Ainda gestando o Dudu, fui aprovada em um concurso público da prefeitura para o cargo de professora. Foi um marco na minha vida. Uma conquista que teve gosto de vitória e resistência. A emoção daquele momento me marcou profundamente. Ali estava a prova de que, apesar de tudo, eu era capaz. Eu podia. E assumi a sala de aula pouco tempo depois, com o coração cheio de esperança e um desejo imenso de construir meu próprio caminho.
E eu queria mais. Não me contentei com o básico. Logo depois, ainda com os filhos pequenos e a rotina pesada, passei no vestibular da Universidade Federal de Sergipe para o curso de Letras – Português e Inglês. Uma conquista que parecia impossível diante das circunstâncias, mas que
se concretizou pela fé, pela garra e pela sede de vencer. Estudar na federal, para mim, não era apenas um diploma: era um símbolo. Era um grito silencioso de que eu estava viva, sonhando, crescendo — apesar de tudo.
Conciliar a maternidade, o trabalho como professora, a universidade e as tensões dentro de casa foi exaustivo. Muitos dias chorei em silêncio. Muitas noites estudei com os meninos dormindo ao lado, e o coração apertado. Mas nunca pensei em desistir. Eu sabia que aquele esforço era por mim, mas principalmente por eles. Meus filhos eram minha maior motivação.
Hoje, olho para trás e reconheço a mulher que fui. Aquela menina que virou mãe cedo, que sofreu calada dentro de um casamento sem incentivo, que segurou o mundo nas costas enquanto sonhava com uma sala de aula, com um diploma, com a própria liberdade. E sinto orgulho. Porque foi naquela dor que comecei a me fortalecer. E foi naquela coragem, que ninguém via, que comecei a me tornar quem sou hoje.
Quando o coração é dividido: separação, dor e recomeço
O casamento durou oito anos. Anos de altos e baixos, de tentativas, silêncios, frustrações e, principalmente, de muita solidão dentro de uma vida a dois. Eu já não cabia mais naquele espaço sufocante onde meus sonhos não eram acolhidos. A mulher que crescia dentro de mim — pela força da maternidade, pelos estudos, pela experiência de sala de aula — já não se reconhecia naquele relacionamento.
A separação não foi fácil. Muito pelo contrário: foi um processo turbulento, marcado por disputas e dores profundas. Lutamos na Justiça pela guarda dos nossos filhos, e essa briga mexeu com tudo que havia em mim. Eu já carregava o peso da rotina, das responsabilidades, das noites mal dormidas e da pressão da universidade. E, em meio a isso tudo, ainda precisava manter o foco para concluir minha monografia e não perder o curso de Letras. Um período de sobrecarga física, emocional e psicológica.
Apesar de tudo, venci mais essa batalha. Conquistei na Justiça a guarda dos dois filhos. Mas o que parecia uma vitória me trouxe também a dor mais profunda que já experimentei.
Armandinho, meu primogênito, sempre foi muito ligado ao pai. Tinha por ele uma admiração enorme, uma paixão que o fazia querer estar perto, mesmo em meio a todas as turbulências. E, com apenas 12 anos, ele tomou uma decisão que rasgou meu coração: quis morar com o pai. E por mais que eu desejasse tê-lo comigo, senti que precisava respeitar aquele desejo. Foi por amor que eu abri mão. Doeu — doeu mais do que qualquer outra dor que já vivi. Ver meu filho partir, ver o quarto vazio, a cama desfeita, o silêncio da ausência… foi como se uma parte de mim tivesse sido arrancada à força.
Fiquei com Dudu, meu caçula. Sempre foi meu grude, meu chicletinho. Ele amava estudar, tinha sede de aprender, e eu sabia que precisava garantir a ele oportunidades melhores. Foi então que tomei mais uma decisão difícil e corajosa: mudei-me para Aracaju. Mas agora com o coração dividido — uma mãe que seguia com metade da alma no presente e a outra metade presa na ausência
Para dar conta de tudo, tive que me desdobrar. Trabalhava no cargo de professora da prefeitura de Nossa Senhora das Dores, também lecionava pelo Estado em Feira Nova e, em Aracaju, era tutora do curso de Letras/Inglês da FTC. Me dividia entre três cidades, três realidades, três ritmos — e um só corpo cansado. O que me movia era a responsabilidade, o amor por meus filhos e a fé inabalável de que tudo aquilo valeria a pena.
Vivia com a mala no carro, pegando estrada cedo, chegando tarde, comendo às pressas, dormindo pouco e carregando no peito a saudade de Armandinho, a preocupação com o futuro de Dudu e a certeza de que eu precisava seguir em frente. Não podia parar. Era minha chance de construir uma vida digna para nós dois. E por mais que os dias fossem pesados, havia em mim uma chama que não se apagava.
Essa fase me ensinou muito sobre limites — os meus e os da vida. Mas também me ensinou sobre escolhas. E eu escolhi não me vitimizar. Escolhi seguir com fé, cabeça erguida e os olhos voltados para o futuro. Hoje, quando olho para trás, entendo que abrir mão, às vezes, também é um ato de amor. E que sobreviver à dor mais profunda nos ensina que somos muito mais fortes do que jamais imaginamos.
Virada de chave: da dor ao recomeço
Os anos que se seguiram foram intensos, marcados por trabalho duro, renúncias e reconstrução. Depois da separação, da luta pela guarda dos meus filhos, da dor silenciosa de ver Armandinho escolher morar com o pai, e da maratona que era me dividir entre três empregos em cidades diferentes, eu sabia que não podia mais viver no modo sobrevivência. Algo dentro de mim gritava por mudança. Eu precisava — merecia — uma nova chance de viver, não apenas resistir.
E foi nesse momento que veio a minha virada de chave.
Com o tempo, fui percebendo que aquela rotina esgotante já não me cabia mais. Eu amava ensinar, claro. A sala de aula sempre foi um lugar de pertencimento e paixão. Mas eu queria mais. Queria empreender, testar minha criatividade, construir algo meu. Foi nesse desejo de mudança que começou a nascer a empresária que eu nem sabia que existia dentro de mim.
A primeira faísca veio com a criação da Sil Tour Viagens e Turismo. Era mais do que um negócio — era um respiro. Uma forma de unir minha paixão por conhecer lugares, meu amor por organizar e ajudar pessoas, e minha vontade de oferecer experiências que transformassem a vida dos outros. Comecei com pouco, mas com muita dedicação. Aprendi tudo na raça: como lidar com fornecedores, criar roteiros, atender clientes, cuidar da parte burocrática. Foi ali que desenvolvi minha veia empreendedora, mesmo ainda exercendo a profissão de professora em paralelo.
Mas a grande transformação veio após a pandemia de 2020.
Foi um tempo em que o mundo inteiro precisou parar, e comigo não foi diferente. A pandemia me fez refletir profundamente sobre o que eu queria dali para frente. Como
muitas pessoas, percebi que o tempo é precioso demais para ser desperdiçado com aquilo que já não nos preenche. Comecei a prestar mais atenção nas oportunidades ao meu redor — e uma delas surgiu justamente dentro do condomínio onde eu morava.
Em 2016, havia me tornado síndica de um condomínio fechado. E, por conta disso, muitas pessoas começaram a me procurar com dúvidas sobre imóveis, contratos, aluguéis, vendas. Aquilo me despertou um novo olhar: percebi que havia ali um mercado promissor, e mais do que isso, uma oportunidade de transformação. Foi assim que comecei a estudar sobre o mercado imobiliário, fazer cursos, me qualificar. E assim nasceu a corretora.
Comecei pequena, vendendo casas, ajudando amigos e conhecidos. Mas com o tempo, fui ganhando espaço, conquistando credibilidade e ampliando minha visão. Passei a investir em tecnologia, usar CRM imobiliário, adotar ferramentas digitais para acompanhar o comportamento dos clientes. Entendi que o mercado havia mudado e que eu também precisava mudar com ele. Foi um renascimento profissional.
E ao meu lado, como sempre, estava Dudu — meu filho, meu companheiro de vida, que não só me apoiava como também passou a trabalhar comigo. Nosso vínculo, que sempre foi forte, se fortaleceu ainda mais nessa nova fase. Trabalhar com meu filho foi, para mim, a maior recompensa de toda a luta que enfrentei. Ver nele um jovem dedicado, comprometido, com visão de futuro, é a confirmação de que todo sacrifício valeu a pena.
Hoje, quando olho para tudo que construí — como professora, como empresária, como corretora, como mãe — eu vejo não apenas conquistas materiais, mas vitórias emocionais. A virada de chave aconteceu quando eu decidi que não seria definida pelas dores que vivi, mas sim pela mulher que escolhi me tornar. Reinventei minha vida aos poucos, com fé, força e a certeza de que nunca é tarde para recomeçar.
Às vezes abrir mão também é um ato de amor
Tecnologia: a chave para o novo mercado imobiliário
Encerrar este capítulo da minha vida — marcado por superações, transições e recomeços — seria incompleto sem mencionar um dos fatores mais decisivos para minha virada profissional: a tecnologia.
Se tem algo que aprendi com os anos é que o mundo mudou — e o mercado imobiliário mudou junto. Aquele corretor tradicional, que vivia apenas de indicações e guardava os contatos em uma caderneta, já não sobrevive mais no cenário atual. Hoje, quem não se adapta, simplesmente não cresce. O corretor que ignora a tecnologia está, na prática, cavando sua própria estagnação.
Eu precisei me atualizar. E continuo me atualizando todos os dias. A transformação digital não é um modismo: é uma exigência real. E foi graças à coragem de me abrir ao novo que comecei a conquistar mais espaço, mais segurança nas negociações e uma presença profissional mais sólida e estratégica.
Aqui estão algumas das tecnologias que considero essenciais no mercado imobiliário atual — ferramentas que mudaram a forma como trabalho e me relaciono com meus clientes:
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CRM Imobiliário (Customer Relationship Management)
O CRM se tornou meu braço direito. Ele organiza meus contatos, registra o histórico com cada cliente, acompanha negociações e automatiza tarefas. Com ele, não perco oportunidades, consigo identificar o momento certo para cada abordagem e ofereço um atendimento muito mais profissional e personalizado. Um corretor que ainda se apoia apenas na memória ou em blocos de notas está atrasado.
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Portais de imóveis e divulgação digital
Estar nos grandes portais como OLX, VivaReal, ZAP, ImovelWeb, entre outros, é fundamental. Mas mais do que isso: é preciso saber como divulgar. Bons anúncios, com fotos de qualidade, descrições atrativas e direcionamento estratégico fazem toda a diferença. A internet é o novo ponto de venda, e estar bem posicionado nela é vital.
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Fotos e vídeos profissionais (e até drones)O visual vende. Aprendi que boas fotos são metade da venda. Vídeos bem feitos — principalmente com drones — valorizam o imóvel, criam uma experiência mais imersiva e geram mais confiança. Um cliente que visualiza bem o imóvel já chega mais propenso a fechar negócio.
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Atendimento via WhatsApp Business, Chatbots e redes sociais
Hoje, as pessoas querem agilidade. O WhatsApp virou o principal canal de comunicação. Uso o WhatsApp Business com respostas automáticas, catálogos e etiquetas. Também estou presente nas redes sociais, mostrando imóveis, tirando dúvidas, construindo autoridade. A rede social não é só vitrine: é relacionamento e posicionamento de marca.
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Assinatura eletrônica de contratos
Agilidade e segurança. Com plataformas de assinatura digital, como D4Sign, DocuSign ou Clicksign, resolvo contratos com clientes que estão em outras cidades — ou até países. Ganho tempo e elimino burocracia. Isso transmite modernidade e confiança.
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Análise de dados e comportamento do consumidor
Hoje eu uso ferramentas que mostram quais imóveis têm mais cliques, quais horários meus anúncios performam melhor e até como os clientes se comportam nas buscas. Isso me ajuda a ser mais estratégica, oferecendo o que o cliente realmente quer, e não apenas o que eu acho que ele precisa.
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Visitas virtuais e tours 360º
Essa tecnologia, que ganhou força com a pandemia, veio para ficar. Em vez de marcar dezenas de visitas, o cliente pode fazer uma primeira “visita” online, o que otimiza tempo para os dois lados. E quem oferece essa comodidade, se destaca.
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Automação de marketing
Com ferramentas de automação, envio e-mails, agendamentos de publicações e captação de leads de forma automática. Isso mantém o funil de vendas girando, mesmo quando estou em outras atividades.
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Conclusão: quem não se adapta, fica para trás
O corretor de sucesso hoje não é apenas aquele que entende de venda — mas aquele que entende de pessoas, processos e plataformas. É quem se comunica bem, se organiza com inteligência e entende que a tecnologia é uma aliada, não uma ameaça.
A tecnologia veio para nos libertar do trabalho excessivo, ampliar nosso alcance e profissionalizar ainda mais nosso serviço
E eu, que já enfrentei tantos desafios, não poderia parar no tempo. Me reinventei — como mulher, como mãe, como empresária, como corretora. E sigo me reinventando todos os dias, porque aprendi que o sucesso só vem para quem está disposto a evoluir.
Gratidão que transborda”
Antes de qualquer palavra, eu preciso olhar para o céu e agradecer a Deus — por estar comigo em todos os momentos, mesmo quando eu pensei que estava só. Foi Ele quem me sustentou nas noites de incerteza, nos dias de cansaço e nos recomeços silenciosos. Ele nunca soltou a minha mão, mesmo quando o mundo parecia desabar.
Agradeço aos meus pais, aqueles que me deram a vida e plantaram em mim a semente do valor, da honra e do querer ser alguém. Durante muitos anos, meu maior desejo era que eles tivessem orgulho de mim — e hoje, com o coração emocionado, acredito que consegui. Cada passo que dei teve como alicerce o amor que recebi deles.
Aos meus filhos, meu tudo, minha razão, meu combustível de fé e coragem. Quando me tornei mãe, minha vida ganhou outro sentido. Eu já não lutava só por mim. Duas vidas preciosas dependiam dos meus braços, da minha força e da minha presença. E foi por eles que enfrentei a vida de frente, com livros na mão, fé no coração e uma vontade imensa de vencer. Foram eles que me ensinaram que o amor de mãe move montanhas — e que o impossível só existe até o momento em que decidimos não desistir.
E se hoje eu tenho uma história para contar, preciso fazer uma menção especial à minha irmã Ana, minha querida Aninha. Ah, minha Aninha… Deus te colocou no mundo com a missão de ser meu colo, minha retaguarda, meu anjo disfarçado de irmã. Em tantos momentos, você foi mais mãe do que irmã. Seu apoio foi essencial, sua presença foi sustento. Se hoje existe a SIL TOUR, é porque você esteve lá — quando ninguém mais estava. Foi você quem acreditou, quem ajudou, quem me amparou quando tudo parecia tão distante.
Eu não sou feita de vitórias apenas. Sou feita de lutas, lágrimas, noites em claro e recomeços. Mas sou, acima de tudo, feita de amor, fé, coragem e gratidão. E é com esse coração cheio de emoção que agradeço — por tudo que vivi, por tudo que superei, e por todos que caminharam comigo.
Gratidão, meu Deus. Gratidão, minha família. Gratidão, minha história.
“Minha história não é só de superação. É de transformação.”