MERCADO IMOBILIÁRIO ACELERA EM 2025: LANÇAMENTOS, VENDAS E O PAPEL DO MINHA CASA MINHA VIDA.

Colunista: Thiago Meneses.

O mercado imobiliário brasileiro começou 2025 com o pé direito. Nos primeiros seis meses do ano, tanto os lançamentos quanto as vendas de imóveis cresceram em comparação com o mesmo período de 2024. Foram 6,8% a mais em lançamentos (o melhor resultado desde o início da série, em 2006) e 9,6% de aumento nas vendas, segundo dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

De janeiro a junho, o Brasil colocou no mercado 186.547 unidades residenciais e vendeu 206.903 imóveis, movimentando R$ 123 bilhões. Apesar desse fôlego, a oferta de imóveis caiu apenas 4,1%, mostrando que a procura ainda segue aquecida.

O protagonismo do Minha Casa, Minha Vida

O destaque vai para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que registrou um salto de 25,8% nas vendas no semestre, totalizando 95.483 unidades. Isso aconteceu porque, mesmo em um cenário de juros altos, o programa oferece condições de crédito mais acessíveis, além de subsídios que impulsionam o poder de compra das famílias.

A pesquisa ainda aponta uma inversão na participação do MCMV no último trimestre de 2025. Embora continue com números expressivos, o programa perdeu espaço para imóveis de médio e alto padrão. A fatia do Minha Casa, Minha Vida caiu de 53% para 47% do total entre o primeiro e o segundo trimestre de 2025.

Desafios do mercado

De acordo com Renato Correia, presidente da CBIC, os lançamentos devem ganhar novo fôlego no segundo semestre. Para ele, a taxa básica de juros alta ainda é um freio para muitas operações, somado ao impacto da crise econômica internacional.

Mesmo assim, o preço médio dos imóveis teve uma valorização de 4,2% no semestre, o que mostra que o setor continua aquecido.

Perspectivas para o ano

O balanço da CBIC, junto com a análise do economista Celso Petrucci, aponta que 2025 deve fechar em um cenário de estabilidade. Ou seja, o número total de unidades vendidas deve ficar próximo ao de 2024, mas com destaque para o crescimento dentro do Minha Casa, Minha Vida.

Na prática, estabilidade significa que o mercado pode oscilar um pouco para cima ou para baixo, mas sem grandes surpresas. O que já está claro é que o programa Minha Casa Minha Vida deve continuar sendo o motor do setor, mas também que somados a outros aspectos (como o aumento do custo da construção), o MCMV pode estar passando pela necessidade de “novas adequações”.

Conclusão

O primeiro semestre de 2025 mostrou que o mercado imobiliário brasileiro segue resiliente, mesmo diante de juros altos e de um cenário econômico internacional desafiador. O crescimento das vendas e o papel central do Minha Casa, Minha Vida revelam que ainda há muita demanda por habitação, principalmente quando existem condições de crédito acessíveis.